Escritório de jornalista é a rua
São três ou quatro reunidos em uma praça.
Dentro de uma garrafa de água mineral, vinho. Os dez minutos de atraso no serviço - que me exasperam-, para eles significam apenas algumas piadas a mais. Dois cães sujos dão voltas em torno do banco verde em que estão sentados dois mendigos. Meu passo é apressado.
Outros dois homens catam latinhas nos arredores da quadra de futebol. Todos sorriem e o papo parece bom. Se me fossem concedidos os dez minutos, deixaria de lado as entrevistas com as autoridades constituídas para entender o dia-a-dia dessas autoridades “destituídas”. Passo por um deles (ambos vestimos roupas velhas e temos a barba por fazer) e recebo um aceno com a mão, seguindo de um sonoro “bom dia”.
A impressão é de que os grandes personagens têm ojeriza de redação e preferem mesmo essas pracinhas de subúrbio. Jornalismo em escritório não existe. Amanhã pego caneta e bloco e vou dar expediente no escritório de meus novos amigos.
Escritório de jornalista é a rua.
Dentro de uma garrafa de água mineral, vinho. Os dez minutos de atraso no serviço - que me exasperam-, para eles significam apenas algumas piadas a mais. Dois cães sujos dão voltas em torno do banco verde em que estão sentados dois mendigos. Meu passo é apressado.
Outros dois homens catam latinhas nos arredores da quadra de futebol. Todos sorriem e o papo parece bom. Se me fossem concedidos os dez minutos, deixaria de lado as entrevistas com as autoridades constituídas para entender o dia-a-dia dessas autoridades “destituídas”. Passo por um deles (ambos vestimos roupas velhas e temos a barba por fazer) e recebo um aceno com a mão, seguindo de um sonoro “bom dia”.
A impressão é de que os grandes personagens têm ojeriza de redação e preferem mesmo essas pracinhas de subúrbio. Jornalismo em escritório não existe. Amanhã pego caneta e bloco e vou dar expediente no escritório de meus novos amigos.
Escritório de jornalista é a rua.
5 Comentários:
Vai trabalhar vagabundo ao invés de ficar parado observando essas coisas. Teu é negócio é Proerd mesmo. Tu leva jeito para a coisa. hehehehehe
Abraço e Vamo Vamo Inter!!!
Por Nico, Às dezembro 06, 2006 9:51 AM
Eu queria ser, sim, um belo vagabundo! Mas não consigo ser bem sucedido o suficiente para virar burguês nem simplório o suficiente para virar mendigo. Por estar no meio termo, sou aquela massa amorfa que o Governo não ajuda porque não sabe da minha existÊncia!
Por Jeison Karnal da Silva, Às dezembro 06, 2006 11:20 AM
Lugar de jornalista é com bloco na rua....e dspois comemorando sabe-se lá o q num bom boteco, com oco em conserva muita ceva gelada!
Por Leandro Luz, Às dezembro 06, 2006 6:11 PM
Recomendo, caso ainda não tenhas lido, os textos de A Filha da Revolução, de Jack Reed, especialmente O capitalista e Mac, o americano. Esse cara fazia da rua seu escritório e sua escola.
Por Dazideia, Às dezembro 07, 2006 10:42 PM
John Reed, formado pela Harvard, tinha tudo para ser um playboy, mas dedicou sua obra a criticar as desigualdades sociais pelo mundo.
Por Jeison Karnal da Silva, Às dezembro 08, 2006 10:45 AM
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