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domingo, novembro 06, 2005

Novo Centro é a Proposta de Fogaça

Camelôs terão espaço exclusivo na Praça Ruy Barbosa


Uma reivindicação antiga dos lojistas do Centro de Porto Alegre volta à pauta da Prefeitura, desta vez, captaneada pela administração Fogaça. No último dia 31 de outubro, foram anunciadas no Paço Municipal as diretrizes do projeto Viva o Centro. A iniciativa pretende revitalizar a área central, trazendo mais segurança, qualificando o transporte público e acabando com o comércio irregular.

A exemplo de gestões anteriores, é nesse último item que moram as divergências. A proposta é retirar os camelôs das ruas e alocá-los em um espaço exclusivo, com espaço para 800 comerciantes licenciados, na praça Ruy Barbosa.

Com um custo estimado em R$ 12 milhões, a construção do Centro Popular de Comércio (CPC) obteria recursos da iniciativa privada e não traria ônus para os cofres públicos. Cada comerciante pagaria R$ 300 mensais de aluguel. A obra deve estar concluída em seis meses, após a aprovação do CPC pela Câmara de Vereadores.

“É caro porque 70% dos camelôs não são nem de Porto Alegre. Mas é melhor do que a baderna no Natal, quando as calçadas ficam entupidas de vendedores ilegais, dificultando o acesso a minha loja. Já vi pedestres serem xingados porque pisotearam CD´s. É uma ‘zona’”, desabafa J. L., 54 anos, proprietário de um estabelecimento nos arredores da rua Voluntários da Pátria.

A Secretaria da Justiça e da Segurança do RS, e a prefeitura municipal assinaram um convênio entre a Brigada Militar (BM) e a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) para intensificar a fiscalização de ambulantes no centro, com a cessão de 35 policiais militares, ao custo de R$ 20 mil por mês. A partir desta segunda-feira, dia 7, a BM e 60 fiscais da Smic realizam operações para retirada dos 500 camelôs que atuam de forma ilegal no Centro.

“O aluguel é caro e o lugar vai virar uma montoeira de gente. O dono da banca perderá clientes e eu perderei meu ‘ganha-pão’. Sei de gente, inclusive policiais militares, que sobrealugam as bancas para terceiros, e ‘não dá nada’. A partir de segunda, nossa vida vai ser um inferno. Quem tem ‘costas quentes’ vai ficar numa boa”, declara M. A. S., 37 anos, camelô de uma banca próxima ao Mercado Público.

Atualmente, quase 2 mil comerciantes atuam nas ruas do Centro de Porto Alegre.

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