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sexta-feira, setembro 16, 2005

Roberto Jefferson defende-se na Câmara

Ex-presidente do PTB considera-se traído

Não faltaram ataques durante os quarenta e cinco minutos de defesa de Roberto Jefferson no Plenário da Câmara dos Deputados.

O discurso do deputado federal do PTBfoi marcado por duras críticas ao parecer do relatório da Comissão de Ètica que investigou as denúncias de Jefferson sobre corrupção no Governo Lula. As provas da existência do mensalão, dinheiro que seria pago a deputados para angariar votos pró-Planalto, foram consideradas insuficientes.

O pivô da crise política nacional afirmou que jamais omitiu-se em revelar o que sabia sobre pagamento de propina na Câmara: “Tentam colocar no meu colo um erro que não cometi,” defendeu-se Jefferson.

Roberto Jefferson reiterou a versão de que esteve por duas vezes com o presidente Lula para comunicar a existência do pagamento de propina na Câmara. Declarou, ainda, que não revelou antes o que sabia sobre o mensalão porque a grande popularidade de Lula e a luta contra mídia comprometeriam o peso de suas acusações.

Nem o relator do parecer Jairo Carneiro (PFL-BA) foi poupado das farpas. Carneiro chegou a ser chamado de fascista pelo deputado. Em tom irônico, Jefferson enalteceu a ética do relator e insinuou que Carneiro teria dado, “ de uma canetada só”, 16 mil empregos públicos a partidários, após eleição realizada na Bahia anos antes. Sobre o parecer da Comissão de ética, disse que o povo inteiro e a mídia consideram verdadeira o pagamento de mensalão a deputados, e que apenas Carneiro havia considerado a versão insustentável.

Jefferson atacou o governo, chamando o Planalto de “a administração mais corrupta de seus 26 anos de mandato". O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não foi esquecido. O deputado classificou de promíscuo o relacionamento desse com o Congresso Nacional e que, antes de qualquer encontro político, o assunto preferido de Dirceu eram as narrativas sobre as festas particulares que o ex-ministro teria participado.

“Tentam colocar no meu colo um erro que não cometi”
Roberto Jefferson

Em relação às denúncias envolvendo o alto escalão dos Correios e o PTB, Roberto Jefferson afirmou ter tido seu nome mencionado indevidamente por Maurício Marinho, e que sentia-se traído. Da mesma forma, considerou as denúncias de Rogério Buratti contra o ministro da Economia, Antonio Pallocci infundadas.

Com o parecer do relatório da Comissão de Ética, Roberto Jefferson será julgado por quebra de decoro parlamentar e poderá ter seus direitos políticos cassados por oito anos. A votação sobre o mandato de Jefferson deverá ser secreta.

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