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terça-feira, outubro 03, 2006

“Negociar com seqüestrador é como conquistar uma mulher”

Fotos: arquivo pessoal

Durante rebelião na antiga Febem, em 1999, o Ten-Cel Pacheco, que já participou de curso na Swat, precisou de uma arma.

“Um monitor havia sido morto. Troquei a farda pelo traje civil de um colega e me passei por servidor da Secretaria da Ação Social. Guardei a pistola nas costas”, lembrou. Após dez horas, os amotinados se entregaram.

“O adolescente e o novato no crime são os mais difíceis. O primeiro é impulsivo; o outro não conhece a Justiça”, salientou. Segundo ele, o bandido “cancheiro”, por ter ciência do processo, porta-se melhor. “Esse aí sabe que a pena aumentará à medida que prolongue a situação ou cause dano a um refém.”

Quando ministra palestras, o Ten-Cel brinca com o processo de criação de vínculo com o seqüestrador: “Negociar com ele é como conquistar uma mulher. Tem que envolvê-lo”, ensinou. Conforme o Cmt, o ambiente precisa ser de confiança mútua e precisa haver troca. Sem blefe.

Falha das autoridades e elogio de bandido

“A moeda do seqüestrador são os reféns.” Ele descreveu uma falha ocorrida em 1994. “Quando começou o motim (antes da BM assumir) formou-se uma comissão do Executivo, Legislativo e Judiciário para tratar com os bandidos. Melara fez uma série de exigências, mas não liberou reféns.Doutrinariamente, quem tem poder de decisão não negocia. Isso é com a Polícia.”

Preso, Melara elogiou o Ten-Cel, anos depois: “De certa forma eu o admiro, porque tudo o que o senhor falou, o senhor cumpriu”, afirmou.

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