Nota protesto Karn@l (Blog!)

Onde estão Pedro e Paulo? Ontem pela manhã, um PM morreu em serviço enquanto impedia o assalto a um salão de beleza em Viamão. Os ladrões também morreram.

Morre com o policial um pedaço de nossa consciência de Estado. Vale tudo, já que aqueles que defendem a sociedade da marginália estão tombando, vítimas de uma violência desenfreada.

Conversando no dia-a-dia com policiais percebe-se as deficiências de equipamentos, o desrespeito dos bandidos para com a farda e o estresse de passar muitas horas sob tensão para chegar no fim do mês não ter condições de prover o básico. O nível de escolaridade dos homens da lei é baixo para quem está na base da pirâmide.

Por mais que contrarie o que os telejornais insistem em mostrar, meu sentimento é de que maioria dos soldados - geralmente jovens na faixa dos 25 anos - se sentem vocacionados pela tarefa de zelar pela nossa segurança.

Cabe ressaltar o perfil da BM. Brinco que,no interior do RS, para sair da pobreza causada pela falta de terra para a agricultura - as famílias são grandes e não têm lugar para todos os filhos -, o jovem vira padre ou brigadiano. Quando vou escrever perfis dessas pessoas, vejo que 90% vive esse quadro.

Medo também de farda

Entre todos existe o medo, sim. Já tive a oportunidade de acompanhar o velório de um brigadiano e é esse o sentimento que paira nessas ocasiões.

É o medo por parte dos colegas de Btl que se enxergam naquela mesma situação, medo da família que perde um ente querido, medo de parte da imprensa de ser alvo ou ter que passar a cobrir apenas ocorrências em que a lógica é invertida - com os bandidos levando vantagem - e medo de que a sociedade esteja sucumbindo ao crime.

As mazelas da polícia existem, nada é perfeito - ainda mais no Brasil.

Não acompanhei ainda o desdobramento da morte desse PM, porém nesses oito meses em que trabalho com eles, vejo que eles estão tombando, cada vez mais. Muitos acreditando que fizeram isso pelo seu país.