KARNALBLOG. Escritório de jornalista é a rua!

domingo, setembro 17, 2006

Até quando?


Sábado. Mundo cão, país vira-lata. Aí segue o relato de mais duas vítimas da violência:


"O meu e-mail hoje não é para falar nada de bom. Ontem, eu e o ... fomos assaltados aqui perto de casa a mão armada por três sujeitos. Nos robaram o carro (que era da irmã do ...) e tb. os documentos dele e o meu celular. Achei que ía ter a sorte de nunca saber o que é ter uma arma apontada para cabeça, mas infelizmente ontem soube o que era.

Foi tudo muito rápido. O ... encostou o carro apenas para fazer uma ligação. Foi quando um Kadet encostou atrás do nosso carro e dois sujeitos saíram e cada um foi para uma nossa janela. Na hora eu tava falando com uma amiga no celular, quando o sujeito bateu na minha janela. Até alí, eu não tinha percebido nada de errado. Quando eu olhei para o lado e vi aquela arma apontada para a minha cabeça, só pensava: "Tomara que ela não dispare!". Eu falei para a minha amiga: "Eu tô sendo assaltada e tem uma arma apontada para a minha cabeça!". Ela disse: "O que?".

Então eu fiquei olhando nos olhos do assaltante e deixei as minhas mãos à mostra. O ... pedia para eu ficar calma e para eles também não atirarem. Eu abri a porta com calma e o sujeito me arrancou de dentro do carro e tirou o celular da minha mão e falou para a minha amiga que tava me roubando. Ela ficou apavorada sem saber o que tava acontecendo e sem saber se ligava para a minha casa ou não. Eu fiquei estática do lado do carro vendo eles arrancarem e acho que fiquei meio atônita, porque não tive reação alguma. O ..., que tava super nervoso por mim, gritou para eu caminhar e me distanciar do carro e não ficar olhando para eles. Então, eles arrancaram correndo e a gente saiu correndo, gritando e pedindo ajuda. Eu comecei a chorar, mas era tão estranho, pois a ficha não tinha caído."


Estão por aí


"Bom, chegamos em casa a pé e foi aquela confusão: polícia, ocorrência. Os policiais, quando chegaram lá em casa falaram que estes caras já estão assaltando as pessoas há 10 dias e que ainda não conseguiram pegar ninguém, e que depois da gente já tinham roubado um Fiesta com o nosso carro. Bom, fui dormir ontem chorando e lembrando do rosto do sujeito e daquela arma prateada apontada para a minha cabeça.
Mas apesar de tudo, nós aqui em casa rezamos muito e agradecemos por estarmos vivos. O carro, graças a Deus, tinha seguro.

Bom, estou compartilhando este momento com vocês pois são os meus melhores amigos, e hoje tô me sentindo como se um caminhão tivesse me atropelado. Todo mundo aqui em casa tá com uma cara de velório, se ânimo pra nada.

Sei que a ... já passou por isso e sabe bem como é. É simplesmente horrível. Ontem rezei tb. para que os próximos que infelizmente serão assaltados por eles, façam como a gente e não reajam.

A vida da gente vale muito pouco para estas pessoas, e tudo o que temos de fazer é rezar sempre para não sermos mortos como se fossemos nada.

Amo todos vocês."

1 Comentários:

  • Passei por isso e sei como é ter essa impotência. A falta de segurança é algo cada vez mais presente em nosso cotidiano. Nossa vida não vale nada diante de um vagabundo com uma arma na mão. E ainda temos que ficar felizes por não morrer. É lamentável!!!

    Por Blogger Leandro Molina, Às setembro 19, 2006 4:49 AM  

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