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terça-feira, outubro 03, 2006

Um perfil do negociador oficial da BM


Ten-Cel Pacheco libertou 136 reféns e ajudou a prender 68 criminosos no Estado

Quando recebeu ordens para negociar a libertação de três reféns no episódio do Hotel Plaza São Rafael, na fria noite do dia 8 de julho de 1994, o atual Cmt do 15ºBPM de Canoas,Ten-Cel Rodolfo Pacheco, sobrevoava Porto Alegre de helicóptero.

O oficial, à época Cap, assistiu ao momento em que o táxi que levava os foragidos Dilonei Melara e Fernandinho, além das duas estagiárias de Psicologia, avançou contra as portas de vidro do prédio e parou sobre o tapete vermelho do Hall de entrada. “O que eles vão fazer?”, recordou ter pensado.

No ar – além da sensação térmica de -6 graus – , a epiderme sentia os efeitos da responsabilidade, que prenunciava o que enfrentaria nas14 horas seguintes.


Quase cinco dias de negociação

Doze anos mais experiente desde a resolução do evento (os dois bandidos acabariam presos e as reféns, libertadas), o negociador, hoje com 46 anos, faz um balanço da carreira. Apesar de considerar aquele motim um marco na Segurança Pública do Estado, destacou que o currículo ainda acumula 16 ocorrências similares.

Pelos seus cálculos, de conversa com seqüestradores atingiu 111 horas, tempo equivalente a 4,6 dias. Nenhuma delas resultou em violência contra o refém.

No período, o Ten-Cel prendeu 68 criminosos e intermediou a liberação de136 pessoas, tendo agido armado uma única vez. Mas a notoriedade veio após a negociação no seqüestro da lotação 350, em 4 de janeiro de 2002. De férias no Litoral gaúcho, o oficial foi chamado às pressas. "Caminhava pela praia de Mariluz de calção, quando recebi uma chamada da SJS.”

Na Capital, o dilema. “O ‘cara’ queria R$ 500 mil e um helicóptero. Eu tinha um par de algemas e uma cadeia. Tive de convencê-lo de que o que eu tinha para oferecer era melhor do que o que ele queria.” Após 27 horas, mais dez reféns estavam livres.

(2ª parte: "Negociar com sequestrador é como conquistar uma mulher")

3 Comentários:

  • Conheço o coronel Pacheco e tb conheço algumas destas historias dele, como a do Melara e do Lotação. Afinal, sao dois anos fazendo polícia em Canoas. Nem precisa dizer quem é a melhor fonte, hehehe. Parabéns pelo perfil. Se bem q estes casos podem virar livro. Abraço

    Por Blogger Leandro Luz, Às outubro 03, 2006 5:43 PM  

  • Se fosse nos EUA ele estava tranquilo só dando palestra e com um cargo especial de negociador.

    Aqui, o cara tem que se desdobrar em mil tarefas e ainda se arriscar nessas situações.

    O cara completou os 30 anos de serviço na BM e pode ir embora se quiser, porém, como para nenhum brigadiano, compensa. Não receberá nada a mais por libertar 136 reféns.

    É preciso valorizar a mão de obra qualificada, quer em uma empresa privada, quer no Estado!

    Por Blogger Jeison Karnal da Silva, Às outubro 04, 2006 9:17 AM  

  • Parabéns pelo Blog e por divulgar ações meritórias de membros da Brigada.

    Infelizmente, as únicas armas do marketing pró polícia são o boca-a-boca de quem foi bem atendido e pequenas atitudes como a sua.

    Espero que, quando estiver trabalhando num órgão da grande mídia te deixem continuar com essa linha editorial muito mais útil à sociedade que a atual apologia de criminosos.

    Mais uma vez, minhas congratulações.

    Floriano Cathalá
    Brasília - DF
    http://policiabrasil.blogspot.com/

    Por Blogger Cathalá, Às outubro 15, 2006 8:47 PM  

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