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domingo, abril 23, 2006

Editores anônimos em sentido virtual

Hierarquizar. Conectar. Tornar-se um leitor ativo. Viajar com a mente em um mundo etéril mas verdadeiro: sem dor. O virtual é o mundo das possibilidades, onde voamos ou mergulhamos. O hipertexto, especialmente, é uma nova arma que transforma o internauta em editor, em organizador de conhecimento. “Todas as ferramentas para uma revolução digital estão prontas”, diz Steven Johnson. Uma visão conservadora em relação ao modo com que nos relacionamos com as palavras vem refreando o surgimento de um – real - novo suporte. De uma nova linguagem. Aos comunicólogos urge o processo de desbravamento da hipertextualidade.

Por enquanto, o que se produtores de informação seguem pragmáticos, transportando o que está no papel para uma tela de computador. “O virtual só eclode com a entrada da subjetividade humana no circuito (...), escreve Pierre Lévy. É preciso dar vasão às possibilidades para uma “potencialização da informação”. O texto “O que é o virtual?” trabalha com as percepções, projeções, reviravoltas de um futuro que chegou para ficar, por alguns segundos. No “irreal” o corpo sai de si mesmo e conquista novos espaços. Vivemos o que Lévy chama de “ subjetividade concreta”.

Steven Johnson declara em “Cultura da Interface” que ser digital significa ser reinventado ao clique de um mouse. Toda a burocracia no trato com o texto, segundo ele, se deve a um trauma de adolescência. Nos primeiros anos de desenvolvimento dos computadores, as linhas de comando ditavam as regras. O sentido de “interface” não era outro senão um acionador de comandos. As imagens e animações se impuseram como um protesto silencioso à chatice de antes, o texto, esse seguiu o mesmo que 20 anos atrás.

Começar um texto pelo fim. Ler um artigo sobre Tsunami, clicando primeiro no link que nos traz o significado dessa palavra. Explorar todas as possibilidades de sentido. Na escola, aproveitar uma reportagem da Web para resgatar e aprofundar toda a textualidade do que é apresentado, seguindo o cronograma, a ementa do professor. Desconstruir o que propôs o autor para, em seguida, reconstruir de nossa maneira, recriando sentidos. Anônimos em frente à máquina, capazes de impor uma obra pela qualidade e pela satisfação da opinião pública que navega pela rede.

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