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segunda-feira, julho 16, 2007

Os japoneses do Liberdade I

Foto: Jeison Karnal

Era um samurai em miniatura. Delicado, não assustava. Impressionava. Lá estava ele bem parado no armário envidraçado. E lá ficaria, incógnito, se dependesse dos japoneses do bairro liberdade, em SP.

Só fui entender o rigor nipônico ao tentar fotografar o samurai. Antes, para mim, a falta de flexibilidade dos asiáticos era folclore.

Na portaria do Museu da Imigração Japonesa, um rosto pálido de sobrancelas espessas e muito negras, atrás de um óculos arredondado, balançava a cabeça para cima e para baixo. Concordava com tudo o porteiro. Nada entendia. Até eu pedir para tirar foto do samurai...

Negociando a foto

"Posso tirar uma foto do pequeno samurai?", perguntei. "Hi", respondeu o porteiro de olhos puxados. "Tem que pedir direção...". "Ok", ingenuamente concordei.

Na secretaria do museu, esperei e esperei... Me olhavam e não vinham atender. Expliquei para a a japonesa que me atendeu que eu queria apenas uma fotinho do Samurai. Era engraçado. O escritório parecia o do Kenji, vulgo Spectroman. "Tem que mandar e-mail para direção. Leva dois dias", disse a mulher. "Mas eu terei ido embora!" "Mas assim são as regras, né?", disse. Não teve jeito. Ela ainda quis me empurrar um livro de R$ 30 sobre a imigração japonesa. Ah tá... Só podia ser desaforo!

Assim ficamos. Sem remorso "roubei" a foto que estampa o post de hoje. Contra o rigor nipônico, só mesmo o jeitinho brasileiro.

Tenho medo que o porteiro tenha cometido Arakiri por não ter conseguido me impedir de imortalizar a figura do samurai. Ele com a honra dele, eu com minha foto. E deixa assim. (Segue)

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