KARNALBLOG. Escritório de jornalista é a rua!

segunda-feira, outubro 30, 2006

Karn@literatura


"Nunca subestime a 'BURRICE' do leitor."

(Frase atribuída a um antigo editor do jornal ZH)

sexta-feira, outubro 27, 2006

God save the queen

Demorou, mas chegou. A sexta-feira ensolarada enche os olhos de alegria! rsrsrs (Que coisa mais "alegre"...)

Quem quiser aproveitar a conexão rápida da residência e os recursos multimídia do PC de casa pode ouvir pela internet um Programa Especial sobre a Banda Queen no meu Karnalblog Podcast

Misturando Rock, ópera e uma pitada de Pop, o Queen lotou o estádio Wembley na Inglaterra em 1986. Foi uma das últimas apresentações do grupo.

O programa lembra as principais músicas (We will rock you, Bohemin Rhapsody...) e a passagem de 60 anos de Freddy Mercury este ano.

A última que fiquei sabendo, é que o guitarrista Brian May lançou um livro sobre astronomia. Coisas de "estrela"...

quinta-feira, outubro 26, 2006

"Sonambulismo sexual" intriga cientistas


Difícil de acreditar nessa:

LONDRES (Reuters) - Pesquisadores tentam entender um raro distúrbio que faz as vítimas procurarem sexo enquanto estão dormindo, disse a revista New Scientist na quarta-feira.

As pesquisas sobre esse "sonambulismo sexual" são dificultadas pelo fato de os pacientes, por constrangimento, não o relatarem, e os médicos tampouco terem o hábito de perguntar a respeito.

Por enquanto não há cura para o distúrbio, que muitas vezes leva a dificuldades nos relacionamentos.

"Realmente me incomoda que eu não possa controlar isso", disse Lisa Mahoney à revista. "Assusta, porque não acho que tenha algo a ver com o parceiro. Não quero que esse problema idiota nos prejudique em longo prazo."

A maioria dos pesquisadores considera o caso uma variação do sonambulismo, embora os "sexonâmbulos" tendam a ficar na cama, ao invés de saírem andando.

O sonambulismo atinge de 2 a 4 por cento dos adultos, enquanto o "sonambulismo sexual" supostamente não é tão comum, segundo Nik Trajanovic, pesquisador da clínica de sono e vigília do Hospital Western, de Toronto.

Mas uma pesquisa realizada em 2005 pela Internet junto a 219 pacientes concluiu que o problema é mais difundido do que os relatórios médicos fazem supor.

"A maior parte das vezes o sexo adormecido acontece entre pessoas que já são parceiras", disse Mark Pressman, especialista em sono do Hospital Lankenan, de Wynnewood, Pensilvânia, à New Scientist.

"Às vezes (os cônjuges dos pacientes) odeiam, às vezes toleram. Em raras ocasiões você tem histórias de gente que gosta mais do que do sexo acordado", acrescentou.

Como não há cura, a atenção a fatores desencadeadores -- como estresse ou privação do sono -- pode ajudar. O psicólogo Michael Mangan, da Universidade de New Hampshire (EUA), criou um site para ajudar os pacientes -- http://www.sleepsex.org/.

Já Trajanovic está desenvolvendo um procedimento para diagnosticar o "sonambulismo sexual" em processos judiciais nos quais o paciente é acusado de violação sexual.

(Por John Sinnott)

quarta-feira, outubro 25, 2006

A soma dos catetos...


Quando se trata de números, poucos jornalistas se dão bem.

Mas a matemática entra em nossa profissão e precisamos saber pelo menos o feijão com arroz.

Mais importante que encher uma matéria de índices e balanços, é necessário CONTEXTUALIZAR os indicadores para o leitor. COMPARAR a extensão de um terreno com “tantos” estádios Beira-Rio, dizer que o preço de um produto equivale a 25 vezes mais o preço de outro e por aí vai.

Algumas dicas, extraídas dos manuais de redação da Folha e do Estadão:

1.Nada pode diminuir mais que 100%.

2.Quando algo aumenta de 14% para 21%, isso significa que elevou-se em SETE PONTOS PERCENTUAIS (e não sete por cento!)

3.Uma pessoa cujo salário é de R$ 100 e passa para R$ 300 teve um aumento de 200% (e não de 300%) QUANDO UM NÚMERO DOBRA DE VALOR, ELE AUMENTA APENAS 100%.

Rsrsrs. Para que não sabe, a velha tabuada.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Karn@literatura


"Jornalismo é tudo aquilo que consigo enfiar entre um anúncio e outro."

Lord Beaverbrook

sexta-feira, outubro 20, 2006

Bond... James Bond!


Aproveite o descanso do fim de semana para escutar na internet um programa especial sobre o agente 007.

São 17 minutos de curiosidades sobre os atores que encarnaram o personagem, sobre as bond girls e o criador Ian Flemming. Tudo isso no meu Karnalblog Podcast.

Relembre ainda as trilhas dos principais filmes do espião, ao som de Paul McCartney, Shirley Bassey, Chris Cornell e Carly Simon. Afinal, quem já não pegou um madrugadão na Globo assistindo a Goldfinger, 007- Viva e Deixe Morrer e o Espião que me amava?

Divirta-se. O findi é pra isso mesmo!

E lembre-se: somente James Bond e George Bush têm licença para matar.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Errar é humano... mas e acertar é desumano?


Quem trabalha em jornal ou site da internet já deve ter errado uma letrinha aqui, outra ali. É normal, afinal a correria do dia-a-dia pega mesmo. Também deve ter trocado o nome de alguém ou trocado nome de rua. Calma: isso faz parte do jogo.

Depois que li a "Antologia do Erramos" , da Folha de S. Paulo, percebi que existem jornalistas da grande imprensa - bem empregados - que ultrapassam a barreira da mera falha e descambam para a patifaria, leia-se preguiça e falta de atenção.

Selecionei uma pérola que dará maior incentivo para redobrarmos nossa atenção.

"Antiapuração:

Diferentemente do que foi publicada à pág. 1-5 (Brasil) de 6/6, o nome do prefeito de Araxá não é Geová Pereira da Costa, mas Jeová Moreira da Costa.

Seu partido não é o PFL, mas o PL.

O nome da secretária municipal de Educação é Romalia Porfírio, não Porfíria.

O instrutor-chefe do Tiro de Guerra na cidade é o primeiro-sargento José Roberto Montandon, não tenente Montanom.

O nome correto da escola municipal de Araxá é Escola Municipal Dona Gabriela. Os cerca de cem atiradores que reforçaram a segurança do presidente Fernando Henrique Cardoso na cidade não são de elite." (16.jun.95) . "

Não acertou uma esse aí!

domingo, outubro 15, 2006

Im-prensa (Um conto)

Por Jeison Karnal

Um novo atentado de homem-bomba no Iraque preencheria a secundária da página nove.

Era próximo das dez horas, e o editor aguardava o texto que deveria ser espremido e engarrafado a tempo. O HD mastigava o que o jovem redator oferecia, não sem roncar zangado, engolindo frases truncadas e termos levianos. As informações sobre o número de vítimas seguiam desencontradas. Algumas agências divulgavam trinta mortos, outras quarenta.

De acordo com a FP, o local da tragédia, teria sido um café clandestino onde soldados norte-americanos aproveitavam as horas de folga para esquecer os caprichos da Casa Branca. Já a AE, apontava um pequeno supermercado de Bagdá.

Ninguém na redação faria uma ligação para o Oriente Médio. Fossem trinta ou quarenta mortos, fosse o local um circo ou um estábulo. Um jornal pequeno tampouco mandaria um correspondente para saber o número certo. A alternativa poderia ser contatar a France Presse, mas a desculpa seria de que ninguém falava francês ou inglês.

Outra possibilidade teria sido telefonar para o Estadão, contudo, nenhum repórter teria a cara-de-pau de ligar e perguntar: “Ei, amigo, afinal, foram trinta ou quarenta? Estava tentando saquear o site de vocês e fiquei confuso”. Ainda existe ainda algum orgulho na profissão. Copia-se, claro. Sem revelar as fontes.

Tempo é emprego

Falou à própria consciência o periodista iniciante: "Aquela era apenas uma matéria de pé de página. Uma modalidade de terror daquelas não causaria nem enjôo nos leitores, tamanha falta de ineditismo". Sim... Tempo é “emprego” na imprensa mercantilista, resmungou.

Entregou-a assim mesmo: Homem-Bomba Mata 35 no Iraque. Meio termo.
Pelo menos até o próximo round ético.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Jornalismo na idade dos porquês


Dia 12 de outubro é o Dia da Criança. Qual a relação do Jornalismo com isso? Além de muitos repórteres serem profissionais sérios e carrancudos no ar, mas verdadeiros moleques ao lado dos amigos quando estão nos botecos, existe outra afinidade.

É que nos primórdios do texto jornalístico - nos moldes da pirâmide invertida que conhecemos hoje - está o Livro "Just So Stories", mais precisamente em um texto infantil chamado O filho do Elefante (link em inglês), do jornalista indiano Rudyard Kipling.

Na histórinha, além das peripécias de um elefantinho que descobre os segredos da vida selvagem e que está na idade dos porquês, a fábula traz bem no final um poema que diz assim:

''Eu mantenho seis serviçais honestos
que me ensinaram tudo que sei;
seus nomes são ''que'' ,
''por que'' e ''quando'', e ''como '', ''onde'' e ''quem''.

((...)I have six honest serving-men,(they taught me all I knew), their names are What and Why and When, and How and Where and Who(...))


Com vocês, o Lead

Este singelo poema influenciou o conceito de LEAD que usamos atualmente. São os pilares do "Five w and one H" ou 3Q+COP. Kipling desenvolveu o método quando era editor do jornal indiano Allahabad Pioneer, em 1902. O engraçado é que no fim da vida esse jornalista negava-se a dar qualquer tipo de entrevista. Ele passou a nos odiar!

Feliz dia da Criança. Lembre-se: Pergunte sempre. Curiosidade é importante par ao jornalista.

E cuidado com as molecadas no ar!

quinta-feira, outubro 05, 2006

A justiça dos justiceiros


Tim Lopes foi brutalmente assassinado em 2002. Isso foi noticiado à exaustão em todo mundo.

O que pouca parte da mídia comenta, é que junto com a ossada dele, outra acabou encontrada.

Os restos eram, provavelmente, de um metalúrgico de 25 anos. O jovem tinha sido acusado de estupro pelos traficantes e terminou executado. Tudo indica que ele era inocente.

De qualquer forma, no Brasil vale o julgamento da Justiça ou dos justiceiros? E a morte de um homem simples não merece destaque na imprensa?

A reportagem publicada no site No mínimo destrincha a história da execução do nordestino Marcelo Cesário de Souza, o segundo cadáver do caso Tim Lopes.

Não deixe de ler.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Eu, Jeison Karnal, blogado e virtualizado


Dilemas, dilemas, dilemas virtuais.

Olá, colega. Novamente a fotinho de um colorado de nascimento! A vitória está próxima... huahuah

Como dica, hoje eu falo de novo sobre os Podcasts. Porque para muitos, paira aquela dúvida: o que é isso, afinal?


O tal PODCAST

O nome vem da junção de iPOD (aquele tocador de MP3 da Apple) com Broadcasting (transmissão). O Podcast é uma rádio em que você escolhe o que vai ouvir e pode produzir conteúdo como faz no seu Blog. O barato é que você não precisa ter um tocador da Apple para ouvir ou ter um Podcast. E ainda pode criar o seu e falar sobre o que quiser, sem intervalos comerciais.

Você tem a opção de baixar os arquivos do Podcast de alguém para o seu IPOD ou ouvir esse aúdio direto em um agregador (calma, já explico).

Conceito: Imagine você montando sua própria rádio em casa - valendo-se dos arquivos Mp3 que você produziu em cadeiras de rádio, por exemplo. Você faz a sua programação. É mais um espaço para falar de assuntos proibidos na grande mídia. Além de ser um bom exercício de edição, locução e criação para nós do jornalismo. Quem sabe os professores de rádio não adotam esse sistema?

Para isso, planeje o tipo de rádio e assunto, depois crie uma conta em um provedor PodCast (como fez com seu blog) - eu uso o PODCAST ONE (digite no google "hospedar Podcast" e conheça outros). Principalmente você, Molina, que não se deu muito bem com ele! hauhau


Agregador, programa de edição: Um agregador é um programa tocador de som, parecido com o Windows Media Player. Indico o iTunes (baixe aqui). A vantagem dele é que você copia o link do Podcast que quer ouvir e cada vez que o autor publicar algo novo, você já fica sabendo. Não precisa ir no site toda hora e baixar algo novo. Ele já fica no seu micro, disponível.

Faça assim: copie o endereço do Podcast (com a extensão .xml - é naquele quadradinho laranja), entre na aba ADVANCED do itunes e cole em SUBSCRIBE PODCAST. Na esquerda, no menu, opção Podcast, ele estará lá.

Sugestão de endereços para copiar no iTunes e ouvir e treinar:

http://feeds.podcast1.com.br/karnalblog.xml

http://rss.uolnews.uol.com.br/podcast/brasil.xml


Para produzir o seu próprio Podcast, baixe um programa de edição de aúdio, como o Audacity. Um microfone também ajudar, claro! e mande brasa!

Obs: O meu Podcast para ouvir sem agregador ou IPOD - só com o Media player mesmo - é o www.canal.podcast1.com.br/karnalblog

Ouça lá um especial sobre o Queen, um programa sobre o Tangos e Tragédias, entre outras coisas! Ei... quero ouvir um seu também!


Comentem os textos e enviem sugestões...

(Cuidado que mando "tocar uns tambor" aí se forem desaforados)

terça-feira, outubro 03, 2006

Um perfil do negociador oficial da BM


Ten-Cel Pacheco libertou 136 reféns e ajudou a prender 68 criminosos no Estado

Quando recebeu ordens para negociar a libertação de três reféns no episódio do Hotel Plaza São Rafael, na fria noite do dia 8 de julho de 1994, o atual Cmt do 15ºBPM de Canoas,Ten-Cel Rodolfo Pacheco, sobrevoava Porto Alegre de helicóptero.

O oficial, à época Cap, assistiu ao momento em que o táxi que levava os foragidos Dilonei Melara e Fernandinho, além das duas estagiárias de Psicologia, avançou contra as portas de vidro do prédio e parou sobre o tapete vermelho do Hall de entrada. “O que eles vão fazer?”, recordou ter pensado.

No ar – além da sensação térmica de -6 graus – , a epiderme sentia os efeitos da responsabilidade, que prenunciava o que enfrentaria nas14 horas seguintes.


Quase cinco dias de negociação

Doze anos mais experiente desde a resolução do evento (os dois bandidos acabariam presos e as reféns, libertadas), o negociador, hoje com 46 anos, faz um balanço da carreira. Apesar de considerar aquele motim um marco na Segurança Pública do Estado, destacou que o currículo ainda acumula 16 ocorrências similares.

Pelos seus cálculos, de conversa com seqüestradores atingiu 111 horas, tempo equivalente a 4,6 dias. Nenhuma delas resultou em violência contra o refém.

No período, o Ten-Cel prendeu 68 criminosos e intermediou a liberação de136 pessoas, tendo agido armado uma única vez. Mas a notoriedade veio após a negociação no seqüestro da lotação 350, em 4 de janeiro de 2002. De férias no Litoral gaúcho, o oficial foi chamado às pressas. "Caminhava pela praia de Mariluz de calção, quando recebi uma chamada da SJS.”

Na Capital, o dilema. “O ‘cara’ queria R$ 500 mil e um helicóptero. Eu tinha um par de algemas e uma cadeia. Tive de convencê-lo de que o que eu tinha para oferecer era melhor do que o que ele queria.” Após 27 horas, mais dez reféns estavam livres.

(2ª parte: "Negociar com sequestrador é como conquistar uma mulher")

“Negociar com seqüestrador é como conquistar uma mulher”

Fotos: arquivo pessoal

Durante rebelião na antiga Febem, em 1999, o Ten-Cel Pacheco, que já participou de curso na Swat, precisou de uma arma.

“Um monitor havia sido morto. Troquei a farda pelo traje civil de um colega e me passei por servidor da Secretaria da Ação Social. Guardei a pistola nas costas”, lembrou. Após dez horas, os amotinados se entregaram.

“O adolescente e o novato no crime são os mais difíceis. O primeiro é impulsivo; o outro não conhece a Justiça”, salientou. Segundo ele, o bandido “cancheiro”, por ter ciência do processo, porta-se melhor. “Esse aí sabe que a pena aumentará à medida que prolongue a situação ou cause dano a um refém.”

Quando ministra palestras, o Ten-Cel brinca com o processo de criação de vínculo com o seqüestrador: “Negociar com ele é como conquistar uma mulher. Tem que envolvê-lo”, ensinou. Conforme o Cmt, o ambiente precisa ser de confiança mútua e precisa haver troca. Sem blefe.

Falha das autoridades e elogio de bandido

“A moeda do seqüestrador são os reféns.” Ele descreveu uma falha ocorrida em 1994. “Quando começou o motim (antes da BM assumir) formou-se uma comissão do Executivo, Legislativo e Judiciário para tratar com os bandidos. Melara fez uma série de exigências, mas não liberou reféns.Doutrinariamente, quem tem poder de decisão não negocia. Isso é com a Polícia.”

Preso, Melara elogiou o Ten-Cel, anos depois: “De certa forma eu o admiro, porque tudo o que o senhor falou, o senhor cumpriu”, afirmou.