KARNALBLOG. Escritório de jornalista é a rua!

quarta-feira, agosto 30, 2006

Nota Protesto Karn@l (Blog!)

A imprensa está descarrilando - Por Jeison Karnal


Um dia depois da interrupção por uma hora do serviço da Trensurb por motivo de falha técnica em um dos carros, a Zero Hora de 30 de agosto publica, na página 54, que a empresa de trens vai promover modernização nas estações Anchieta e Esteio.

“Entre as melhorias desejadas estão a adequação do espaço para estacionamento dos ônibus, a cobertura do terminal de integração, a implantação de espaços comerciais e (Sic) de um bicicletário.”, descreve um trecho.

As pretensas obras estariam previstas para o ano que vem, mas dependem de definição orçamentária. Observe: não existe nada concreto ainda, mas mereceu títulos garrafais e duas colunas de ZH.



Somos todos esquizofrênicos


A paralização ficará na memória de alguns esquizofrênicos do povo, que viram o que na verdade não viram, e que não era para terem visto. Mais um daqueles mistérios que vamos carregar pelas nossas vidas vãs.

O transtorno que atingiu aproximadamente 7 mil pessoas (são transportados 170 mil por dia) no horário em que muitos voltavam do serviço ou seguiam para casa ou para as universidades da grande Porto Alegre mereceria uma matéria mais aprofundada e responsável. Mas a “cobertura” do periódico se ateve a uma notinha – um parágrafo - no canto inferior direito da mesma página. Para quem quer lidar fundamentalmente com os assuntos da comunidade, ficaram devendo, de novo.

Fico pensando que, se um jornal de um grupo forte como a RBS, deixa-se seduzir por uma matéria 500 (não vejo outra explicação) que dirá os menores, que não dão conta do pagamento dos impostos, da compra de equipamento e da folha de pagamento.

Em pequenos espaços como os blogs e sites alternativos ainda é possível tratar mais abertamente de certas questões. O desafio é todo nosso de fazer um jornalismo cidadão.

Com a palavra, os leitores, que poderão seguir de bicicleta para a universidade a partir de 2007, segundo a Zero Hora, pelo menos.

terça-feira, agosto 29, 2006

O trem parou

Eram 19h aproximadamente quando eu e o colega Nicolau Júnior chegamos à estação mercado para tomar o trem rumo à Unisinos. Isso em 29/08.

Tínhamos que assistir a um filme na cadeira de Redação III com o Victor Necchi. Mas, no meio da escada, alguns passageiros informavam que haviam ficado parados cerca de 30 minutos porque algum problema técnico tinha ocorrido. Mudança de planos.

Um funcionário de colete preto e bigode infomava a um pequeno gupo que todas as estações estavam paradas. "Normalmente quando ocorre estas falhas, demora uma ou duas horas para voltar", observou.

Segundo ele, todos os trens que estavam em trânsito permaneciam parados nas estações - De Porto Alegre a São Leopoldo. Teria sido pior ficar parado em Sapucaia, por exemplo, e ter de pegar um ônibus para voltar. Ainda bem que sequer embarquei.


Tumulto (Foto: arquivo Trensurb)

Dezenas de pessoas desembarcavam e passavam a roleta com os bilhetes na mão, se aglomerando próximo aos guichês para exigir o dinheiro de volta. Uma voz pedia que as pessoas se retirassem, pois a estação seria fechada."Como eu faço agora? Não tenho dinheiro para pegar um ônibus. Quero meu dinheiro", berrava uma senhora. A confusão foi se avolumando e a Trensurb cedeu a pressão e devolveu bilhetes e dinheiro para algumas pessoas.

Mas nada de arredarem pé. Foi quando os PMs do 9ºBPM, que atendem o Centro, chegaram e pediram que o pessoal debandasse. Tudo muito tranqüilo.

De acordo com o ClicRBS, o problema foi causado por um trem que ficou parado na estação Niterói - tendo, inclusive, acionado os freios de emergência -, o que bloqueou o tráfego nos trilhos. O transporte voltou ao normal pelas 19h50 min. MENOS DE UMA HORA!

Os boatos de corredor eram de que, na verdade, teria havido roubo de cabos. Who Knows?

PS: Ah... Victor, não pude ir. É que o trem...ah... Bom, já sabe.

Chat com Losekann no MAIS VOCÊ

Agora pela manhã (29/08) o jornalista Marcos Losekann esteve no programa da Ana Maria Braga na Rede GLobo.

Apesar do post de ontem, que foi sobre comida mexicana, já aviso que eu não costumo acompanhar o programa de culinária, não. heheh.

Abri uma concessão porque gosto muito do trabalho deste correspondente de Guerra que cobre Israel, direto de Jerusalém.

Me chamou a atenção quando ele falou que a esposa dele vai de ônibus até a escola para dar aulas. Se pensarmos bem, aqui em Porto Alegre existem lugares que são inviáveis de se ir de busão.

O repórter lançou seu primeiro livro de ficção, "O Dossiê Iscariotes", da Editora Planeta. É o primeiro da trilogia "Entrevista com Deus" e promove um questionamento sobre a fé.

Enredo: entre a apuração do assassinato de Chico Mendes e a de uma chacina de presos, que explodem ao mesmo tempo na Amazônia, um conceituado jornalista tem uma revelação ainda mais surpreendente: o encontro com Deus.


O chat foi curto e não deu tempo de muita coisa:


1.Losekann, seu nome é de que origem?

Eu sou brasileiro, descendente de imigrantes alemães, cristãos luteranos, acredito em Deus mas não em intermediários (padres, pastores e etc) e sou jornalista, isso significa que ouço os dois lados, sempre e não tenho preconceitos.

2.Gostaria de saber, Marcos, qual a paisagem mais bonita que já viu?

Eu gosto do deserto do Negev. A cor, a própria solidão do deserto me encanta e principalmente a surpresa de saber que naquilo ali as pessoas conseguem, em determinados lugares, plantar e colher.

3.QUANTO TEMPO AINDA PRETENDES FICAR NO ORIENTE MÉDIO?

Eu pretendo ficar pelo menos mais três anos.

4.Marcos, vc pode repetir o lugar do lançamento do seu livro??

Na Livraia Cultura do Conjunto Nacional da Avenida Paulista, às 7 da noite, na sexta-feira, primeiro de Setembro. E no Rio, na Livraria Letras & Expressões do Leblon, segunda-feira, dia 4, também às 7 da noite.

5.VC TEM COMO RESUMIR COMO FOI ESTAR NA GERRA?

Foi excitante, foi diferente, foi perigoso, foi apavorante, foi interessante e foi produtivo.

Tudo isso junto, me faz crer que quem assistiu às matérias foi informado da melhor forma possível dentro das circunstâncias, que não são fáceis, e que eu também sai melhor do que comecei essa guerra, o que vai servir para a minha própria vida para sempre.

domingo, agosto 27, 2006

Cadê meu suco de tamarindo? Hic...

Por Jeison Karnal
Ah... Delícias mexicanas. Quesadillas, chilli, tortillas, guacamole e totopos (nachos) ...

Ouça La Cucaracha

Esses petiscos todos são chamados de antojitos - ou somente lanches. Aliás não se chama, pois não dá tempo. Se come sem parar de tão bom. Para os mexicanos, pimenta definitivamente é refresco.

No último sábado, chuvoso e frio, eu e minha senhora fomos até o restaurante El Mexicano, ali no bairro Teresópolis, para saborear essas maravilhas da culinária daquele país.

O clima, bem caseiro e aconchegante, é ajudado pela simpatia do Seu Antonio (Foto), um mexicano autêntico da Cidade do México, dono do restaurante. Com uns R$ 30, um casal come e bebe tranqüilo.

A aura dos chicanos é emanada pelas canções dos mariaches e o cheirinho de milho. Claro que em se tratando de México não poderiam faltar a Turma do Chaves, representados pelos bonecos da Chiquinha e do Chapolin.

Por azar nosso, o famoso suco de tamarindo só é servido aos domingos ao meio-dia! pipipipipi...pipipipi.... hauhauha


Mexico Insurgente (clique no título e leia o livro em espanhol! ;))

A primeira vez em que comi lá no El Mexicano foi com o ex-colega de redação Daniel Favero, mas ao natural acho que teria ido para conhecer. (Mapa)

É que o livro México Rebelde, do jornalista John Reed, escrito em 1913, durante a Revolução mexicana, me influenciou muito. Já aviso. Meu exemplar teve que ser encomendado em São Paulo, pois não achei novas edições ou usados em sebos. Vamos pressionar a Editora Conrad que editou outros dele! Arriba!

O repórter seguiu de Sul a Norte fazendo festa, comendo bem e convivendo com os insurgentes. Fumava macuche, bebia Sotol e comia tortillas. Reed se embrenhou mesmo pelas Haciendas do México, passou por Durango até o Norte, em Chihuahua.

Em uma passagem conta que estava em uma festa quando um mexicano bêbado simplesmente sacou a arma e matou um dos músicos que animava o baile. Motivo alegado: ele havia tocado a nota errada!


Frases del Mariache



Algumas "Polares" depois (Tequila é pra matar), é claro que o Seu Antonio ia ter que compartilhar comigo esse entusiasmo! Ele contou que no México os peões de obra almoçam quase um quilo de tortillas recheadas de feijão e com muita pimenta. Detalhe: sob um sol de quarenta graus...

É, mas, afora essa histórinha, ele teve que prestar alguns esclarecimentos sobre o México Rebelde. Função de dono de restaurante que atende bem é essa mesma, atender pinguço...

Seu Antonio: "Sim, Conheço John Reed. Apesar de americano é muito bom! Brincadeira. O único defeito dos americanos é que têm muitos dólares."

"Sotol é uma bebida feita de cactus por índios de Chiuhauha (norte) é mais forte que Tequila."

"Nos anos 60, antes do LSD, os Beatles experimentaram o Mezcal. Essa bebida tem poderes alucinógenos."

"Pobre Mexico , tan lejos de dios , y tan cerca de los Estados unidos!", parafraseando Porfírio Diaz.

"Nem Zapata nem Pancho Villa queriam governar o México. Zapata era mais bem preparado e Villa era bonachão e gostava de matar."

Obrigado, Seu Antonio. Faltou só o suco de tamarindo... Hic! Hic! Hic!


sexta-feira, agosto 25, 2006

Karn@literatura

(Foto: http://www.delirioporem.blogger.com.br)

"O brasileiro só tem três problemas: café, almoço e jantar."

Chico Anísio

"Yogurte" pode azedar para brasileiros

Quem você conhece?

Cinqüenta e dois pedidos de quebra de sigilo depois e um pedido de indenização de R$ 130 milhões por parte do Ministério Público paulista estão pondo em risco a sobrevivência do Orkut no Brasil.

"Nenhuma hipótese está descartada", declara a diretora jurídica do Google (detentor dos direitos sobre o site) Nicole Wong. Ela se refere a possibilidade de encerramento das atividades do Orkut no país, de acordo com matéria veiculada na Folha de São Paulo.

Os internautas tupiniquins representam cerca de 80% do total de 200 milhões de usuários da página de relacionamentos.


Por quê não quebrar o sigilo?

"A folha mencionou que a resistência do Google em ceder seus dados - a menos que haja acordo com a Justiça norte-americana - é por temer o uso político das informações. Como exemplos, são citadas autoridades da China e do Irã, que já solicitaram dados de pessoas consideradas dissidentes dos regimes", publica o Terra. Quanto ao Brasil, a empresa afirmou que colaborou com todos os pedidos oficiais.


Opinião: Pedofilia e racismo são alguns dos crimes praticados na web toda. Lamentável. O Orkut por ser provedor de comunidades mais "organizadas" e de mais fácil identificação pode estar pagando o pato. Enquanto isso, a internet inteira continua uma terra de ninguém, vulnerável aos bandidos que ganham dinheiro em cima das pessoas sérias, desavisadas, inocentes e até mal- intencionadas. De vez em quando se pega alguém, mas as leis ainda não ajudam. A coisa é mais séria. Que se prendam todos os usurpadores da utilidade dessa tecnologia. Eu disse todos.

Bom, mas eu não tenho Orkut mesmo...

quinta-feira, agosto 24, 2006

Voa, passarinho, voa

PEJ perde cozinheiro

Fugiu ontem (23/08) da Penitênciaria Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas (RS), o cozinheiro da prisão e ex-assaltante de bancos Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, 39 anos.

A falta do pássaro na gaiola foi notada às 19h45min. BM e PC foram acionadas, mas nada do paradeiro dele ainda(até às 10h30min de hoje, pelo menos). Papagaio estava em regime semi-aberto desde junho, sob protestos de diversos segmentos sociais.



"Não quero voltar para a gaiola"

(Foto: http://www.amiguinhogato.kit.net)

Segundo a advogada do detento, Maria Helena Viegas, uma conversa entre os dois ocorrida às 15h de ontem pode ter motivado a fuga. "O Superior Tribunal de Justiça havia cassado a liminar e ordenado o retorno para o regime fechado por meio de um recurso do Ministério Público", afirmou.

"Se eles estão fazendo isso então não tem outro jeito", teria respondido. A advogada lembrou que Papagaio sempre manifestou aversão à idéia de voltar à Penitênciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), da qual foi o único preso a conseguir a façanha de escapar, em 1999. O detento havia passado seis anos em uma solitária daquela casa prisional.

Integrantes da BM, responsáveis pela segurança da PEJ, afirmam que ele não tinha problemas disciplinares.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Eu, Jeison Karnal, blogado e virtualizado


Dilemas, dilemas, dilemas virtuais.

Passado o susto da final da Libertadores, volto a me comunicar "a nível" de pessoa. Com todas essas saídas previstas, a academia do povo vai virar sucata? (Prevendo isso, eu me esganava desde pequeno, como mostra a foto)

Bom, mas o assunto é web. Está sendo uma curtição escrever esse blog.

Os amigos prestigiam, trocam idéias e transformam a internet em um espaço combativo e de vanguarda democrática. Isso deve ser o que chamam de jornalismo. Abraços ao Molina, ao Guilherme Neves, ao Leandro Luz e ao Mauro Castro - todos colegas blogueiros que você encontra nos links ao lado.

No mais, participações especiais daqueles que gostam de escrever sobre asuntos legais é livre.

Comentem os textos e enviem sugestões...

(Cuidado que mando "tocar uns tambor" aí se forem desaforados)

Leia outros: 1 2 3

Voto para quebrar a corrente

Por Jeison Karnal

Não se vislumbram boas opções para o pleito de 2006. Em face do desencanto popular com a corrupção entranhada no Estado, proliferam-se e-mails (correntes) com pedidos “anarquistas” de votos nulos e brancos.

Em vez de darmos vazão aos estímulos irracionais que fluem pela web e pelas ruas, observemos os argumentos mais fortes que defendem o exercício do “poder que emana do povo” para a manutenção da democracia. Mitos como a anulação das eleições são um engodo. Não caia nessa. Pode ser pior não votar, acredite.

Preste atenção, e cuidado para não ser iludido.

“Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias”, reza o artigo 224 do Código Eleitoral.

À primeira vista, as ferramentas de coação anticívica teriam encontrado base sólida. Ledo engano.


Voto na nossa mão


Pouco abaixo, no artigo 220 aparecem as hipóteses em que a votação seria anulada:

1. Quando feita perante mesa não nomeada pelo juiz eleitoral, ou constituída com ofensa à letra da lei;

2. Quando efetuada em folhas de votação falsas;

3. Quando realizada em dia, hora, ou local diferentes do designado ou encerrada antes das 17 horas;

4. Quando preterida formalidade essencial do sigilo dos sufrágios;

5. Quando a seção eleitoral tiver sido localizada com infração do disposto nos §§ 4º e 5º do art. 135.

Resumindo: se houver malandragem no modo como é conduzida a votação, as urnas serão anuladas, e os votos, idem. Se não, a caravana passa.

Não adianta. A lei não distingue o voto branco do nulo. E a eleição segue ainda que alguns desavisados insistam na idéia de perturbar esse direito precioso. O candidato à presidência que tiver maioria absoluta dos votos, sacando-se os brancos e nulos, estará eleito. Mas caso não haja maioria absoluta, todos começamos a correr riscos de verdade.


Lobos cuidando de ovelhas

Aqueles a quem criticamos por falta de postura ética e comprometimento – e que nos desencantaram a ponto de fazer-nos ouvir as vociferações da anulação – conduzirão o processo. Aí está o drama. O Congresso Nacional é que realizará a votação secreta para escolher o líder do país.


Se ainda assim não ficar definido, os dois candidatos mais votados participarão, após 30 dias, de novo pleito. E aí novamente terás que optar por alguém, sob o risco da eleição 2006 durar até 2100.

Pense nos cofres públicos, que agora serão esvaziados por você, não somente pelos velhos colarinhos brancos.

Por isso, vote. Vote no pior ou vote no melhor, mas vote. O que está em jogo é a manutenção da democracia no país. Gente morreu por essa causa. Não aceite as correntes levianas de internet.

Elas te pedem para deixar o lobo cuidando das ovelhas, transmitem vírus e abarrotam sua caixa de entrada.

(Fotos ilustrativas. Os tamanhos diferenciados e a ordem das imagens não representam a preferência do autor.)

terça-feira, agosto 22, 2006

Questão Karn@l

"Quantos homens, mulheres e crianças andam por aí, invisíveis, sem poder ostentar o título de cidadãos brasileiros?"




(Encontrei este vídeo no You Tube, digitando "Unisinos". Ao colega autor, os meus parabéns e agradecimentos)

"Se tivesse que cobrir o PCC novamente, eu o faria", afirma Guilherme Portanova



O Repórter da Rede Globo Guilherme Portanova, 30, esteve na Unisinos na noite de 22 de agosto para relatar aos alunos de comunicação a experiência de ser um jornalista que virou notícia.

Em 12 de agosto, Portanova permaneceu por 40 horas sob custódia de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo.

Ficou à mercê do bom senso da emissora em que trabalhava, visto que essa precisaria divulgar um vídeo dos criminosos se não quisesse perder um funcionário contratado havia oito meses.


O PCC não é Robin Hood

“Sou louco o suficiente. Se tivesse que cobrir o PCC novamente eu o faria”, salientou o repórter gaúcho aos estudantes que compareceram ao auditório Érico Verissimo.

Segundo ele, o grupo criminoso está se entranhando na sociedade brasileira e outros delinqüentes estão se valendo da "fama" da organização criminosa. “Um homem assaltou um posto de gasolina e roubou dez litros de gasolina, dizendo-se do PCC.”

Portanova reforçou que o PCC tem mais interesses do que apenas reivindicar melhores condições aos detentos. "Sinceramente não acredito que eles sejam os 'Robin Hood'. Pode ser que eu esteja errado, mas não acredito nas boas intenções deles."

Ao mencionar o futuro profissional, o repórter disse acreditar que a Globo irá preservá-lo, e ele deverá ser designado para outra cidade ou país. “Por enquanto estou de férias. Tem umas cervejas me esperando em casa”, brincou.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Perfilar é preciso

Escrever um perfil é encontrar o universal embutido nas particularidades.

Quando Gay Talese trouxe o cantor Frank Sinatra à dimensão humana, na reportagem "Frank Sinatra Está Resfriado", foi mais esclarecedor do que se tivesse conversado com o assessor do artista ou com o próprio. Talese poderia ter incorrido no erro de reportar clichês e atitudes montadas para manter a imagem pública de Sinatra.

Ao contrário, conversando com amigos, funcionários e seguindo os passos dele, o jornalista perfilou “The Voice” com maior proximidade, na essência. Talese não preencheu um frame com idéias pré-concebidas. Vasculhou e estudou o objeto da reportagem.

Em última análise, tinha interesse verdadeiro por desvendar aquele ser humano, não estereotipar um mito. Iluminou ângulos desconhecidos do grande público. Pesquisou e entregou-se ao trabalho. Fazendo o contrário disso, daria-se um processo redundante e preguiçoso.


Matérias frias, geladas

Por falta de espaço nas publicações, de tempo, ou de vontade dos repórteres, o que se percebe é uma ânsia por ganchos (forçados) que justifiquem as matérias frias. São frias porque não têm – não teriam - que sair voando da “fábrica de salsichas” para alimentar os vorazes leitores com as novidades do minuto. Afinal, para compreender – ou para não compreender alguém – levamos meses, anos.

Os tempos áureos de Realidade, quando os repórteres conviviam meses com os perfilados não existe mais. O jornalista-literato Sérgio Vilas-Boas bem fala que não se fazem mais textos para guardar. O que existem são os “olimpianos” da Rede Globo, dizendo algumas inverdades e sendo retratados superficialmente. O que se apreende do texto é que antes das técnicas específicas de redação é preciso um modo diferente de ver o mundo, menos formatado e escravizado pela grande mídia e pelo capitalismo. Em nome de um jornalismo asséptico o que se vê é superficialidade, endossado pelos patrões e pelos empregados despreparados, maltratados e dispostos a jogar para a torcida (os patrões).

Processos de criação de perfis são complexos, multidimensionais. Combinam–se memória, conhecimento imaginação, sínteses e sentimentos. A frieza e o distanciamento são altamente nocivos. Se houvesse alguma economia de dinheiro por parte da Esquire “Frank Sinatra está resfriado” poderia ter se tornado mais um obscuro perfil a ser amarelado pelo tempo.

Até hoje é elogiado e copiado. Estranhamente, o melhor não é mais vendido ou comprado, sumiu das publicações. Se uma empresa como a Esquire investiu é porque dava dinheiro, ora. Escrever um perfil é valer-se das sensações mais profundas, já que o repórter está a uma distância do perfilado que o leitor talvez não tenha a oportunidade de estar.

Se não for para trazer as dimensões que não são acessíveis ao público, humanas, para que perfilar alguém? Fomentar obviedades e idéias pré-concebidas não justificam o título de jornalista.

Pensar sobre como escrever um perfil é pensar em como enxergamos nossos semelhantes, pensar se somos curiosos o suficiente, se estamos pensando mesmo no leitor, se somos jornalistas responsáveis.

Karn@literatura




"Eu tenho idéias e razões,
Conheço a cor dos argumentos
E nunca chego aos corações."

Fernando Pessoa (1932)

Que bonito foi, que bonito é

Direto do Blog da Soninha, uma média com o RS e um relato sobre a noite em que os são-paulinos não conseguiram dormir:

"Puuuxa, como tem torcedor do Inter aqui em São Paulo, nunca pensei!
Será que vão buzinar e soltar fogos a noite inteira? :o)

O São Paulo é um baita time, o Murici (sic) fez um grande trabalho, chegar a duas finais seguidas de Libertadores é uma façanha, mas é muito legal outro time tê-la conquistado. Por ser outro time, e não sempre-o-mesmo. Por ser de outro estado (e é bom ter grandes forças em vários estados). Por ser um título inédito, porque também premia um trabalho consistente e duradouro, porque foi bonito.

Além do silêncio hoje à noite, além da profunda, dolorida e inevitável decepção (que não seria tão dolorida se não tivesse havido três vezes a ressurreição da esperança, no gol do Edcarlos em São Paulo e nos dois gols tricolores no Beira Rio), não sei qual será a reação do torcedor sãopaulino à essa derrota. Espero que não seja injusta: o time perdeu, mas não foi 'um fracasso'. "

Siga lendo o post de 17/08/2006

quinta-feira, agosto 17, 2006

Wolverine brazuca


Notícia: O personagem Wolverine, de Hugh Jackman, ganhará um filme próprio - previsto para 2008. Grande coisa, né?

Aberração: Este rapaz brasileiro colocou as garras do Wolverine nas mãos! Outras fotos no blog http://modblog.bmezine.com/

Dúvida: Ele colocou essas garras para coçar melhor o ouvido? Ah... foi para coçar o nariz... huahua

Questão Karn@l

"Você se lembra o que estava fazendo nesse exato momento da final da Libertadores 2006? Há alguma chance de esquecer até o fim da vida?"

Nós somos campeões da América!

(Foto: Reuters)

Que festa! Que raça! Que taça...

O inter é campeão da América. Pena que alguns cardíacos não devem ter visto. Liguei para meu avô de 80 anos logo após o jogo e ele disse que já estava fazendo massagem no coração, porque o nó estava atado ainda.
Ele nunca tinha visto nada igual, apesar dos jogos nos Eucaliptos e das jogadas do saudoso Larry...

Mas deu certo, a festa é nossa. Sacanagem o que aquele argentino fez com o Tinga. Ao Muricy, a nossa eterna gratidão.


A academia do povo está no topo do continente hoje. Amém!

Hino do Inter

terça-feira, agosto 15, 2006

Eu, Jeison Karnal, blogado e virtualizado

Dilemas, dilemas, dilemas virtuais.

Sem maiores problemas o siso se foi e me deixou... nem sequer telefonou! Ufa... pensei que seria pior. Ao lado o resultado. Amanhã volto à ativa, com atualizações diárias e o coração na boca com a decisão do Beira-Rio.

Como é que se faz pra colocar as RSS da Folha no meu blog? E para mudar o navibar?

Sei lá. Inter! Sorte aos amigos Estevão Pires, Nicolau Júnior, Daniel Bittencourt e tantos outros integrantes da Academia do povo. O resto pode esperar...

Comentem os textos e enviem sugestões...

(Cuidado que mando "tocar uns tambor" aí se forem desaforados)

Questão karn@l

"Dá para ser levado a sério quando um siso deixa você com a cara do Kiko do Chaves?"



Veja a parte II

Siso

(Foto: http://heddy.boubaker.free.fr)

O blog não será atualizado hoje por motivo de extração de siso superior direito. Amanhã pela manhã, meu rosto estará inchado como o do grande trumpetista Dizzy Gillespie. Kiko!

Já começo a ver a tal luz no fim do túnel... parentes que já se foram... Que exagero!

De todos os três - dois dentes do juízo já se foram! - esse é o mais simples, pois está nascido.

Abraços, aceito mensagens de fé.

segunda-feira, agosto 14, 2006

Questão Karn@l

"PCC na TV: eles já tomaram o quarto poder, agora querem o primeiro. Alguém duvida que consigam, depois dos coerentes pedidos feitos na fita veiculada pela Rede Globo?"


Nota Karn@l (Blog!)

(Foto: Michele Silva/ZH)


O blog recebeu neste fim de semana a ilustre visita do colunista do Diário Gaúcho Mauro Castro, 43. Para quem não o conhece, ele é aquele taxista que escreve todas as segundas-feiras naquele jornal. Ah, você não lê, né...

Minha namorada estava navegando pela Web e deparou-se com o
www.taxitramas.blogger.com.br, o espaço virtual que Castro usa para contar as histórias que vivencia no dia-a-dia nas ruas de Porto Alegre.

Por e-mail, ele me falou um pouco sobre o blog. "A simplicidade do Taxitramas me agrada, pois valoriza as visitas de quem se interessa só pelo texto em si. Me interessa leitores que procuram apenas por uma boa história", observou. Coisa que muitos repórteres deixaram de lado, hein?



Sensacionalista ou sensacional

(Foto: Mauro Castro)

Indo de encontro - colidindo mesmo - com o que a professora de Ética Geral explanou na primeira aula do semestre, criticando o Diário Gaúcho por usar uma suposta linguagem "infantil", os textos do taxista são recheados de histórias sensíveis e de interesse humano.

Ele tem uma narrativa simples e elegante. O blog não vale-se de recursos mais sofisticados, comoYou Tube, PodCast ou RSS. "Sou semi-analfabeto digital", intitulou-se. É popular na melhor acepção da palavra, por isso é tão bom.

Fica uma reflexão: o "jornal que se expremer sai sangue" apesar de alguns exageros - que todos os veículos cometem, mas valendo-se de uma linguagem mais aburguesada -, tem se mostrado um ótimo incentivador de leitura para a "maioria" dos gaúchos.

Aumento do gás, da luz, esclarecimento sobre serviços são abordados também, não só as tragédias da periferia (E a Guerra no Líbano? Ah... Essa é mais cool para a ânsia de sangue da classe média!)

Para quem empunhava bandeiras contra o preconceito a professora de Ética ficou devendo...

domingo, agosto 13, 2006

Questão Karn@l

"Milly Lacombe x Rogério Ceni: jornalista que fala o que quer não deve ouvir o que não quer?"

Homenagem aos pais

(Foto: Ziraldo)


A todos os pais do Brasil, os parabéns nesse grande dia! Abraços especiais ao pai do goleiro do São Paulo Rogério Ceni, que é colorado! O presente vem na quarta (Ceni vai precisar de muito carinho) ...


Enquanto isso, uma canção para ser entoada hoje:

Papai é o maior
Papai é que é o tal

Que coisa linda, que coisa rara
Papai não respeita a cara!

sábado, agosto 12, 2006

As multifaces de Nico Nicolaiewsky - III

(foto: Jeison Karnal, 2004)

(Parte II)

Passagem de som

- Põe para rodar a faixa dois, pede Nico.

A faixa dois do CD, “Assassinato”, começa com um ranger de porta e deve ser tocada do início, mas Ôchoa ainda não encontrou o ponto certo.

-Não! Esse detalhe é fundamental! Para que eu possa cantar o karaokê, a faixa deve ser tocada precisamente do início, observa Nicolaiewsky.

O processo é repetido algumas vezes até que a faixa dois seja executada ao gosto do artista. Tudo tem de sair o mais próximo possível da perfeição, Nicolaiewsky sabe a importância de aparecer como ele mesmo, sem a sombra de Pletskaya.

Suspense. Mistério. Ópera. Entre mortos e feridos, a porta há de se abrir no momento certo. Para deleite do público e alívio do operador do áudio.







Como um picolé no sol

(Foto:www.barulhinho.com.br)
Poltronas vermelhas, tapete vermelho. Ar-condicionado quebrado. Nicolaiewsky, sem camisa, cantarola ao microfone. A temperatura está próxima dos 30 graus e Nico já pensa no quanto o calor deverá aumentar com os holofotes ligados sobre seu rosto. Antes do bem-estar, sabe que a plástica do ambiente deve sobrepor-se ao conforto.

Luz azul, penumbra, amarelo acionados. Nicolaiewsky cerra os olhos e pede para o amarelo intenso não ser utilizado. A temperatura sob o foco deve chegar aos 40 graus. Seria muito difícil manter uma boa presença de palco com uma temperatura tão elevada. Mesmo sem a luz, o calor é infernal. Taça e água mineral serão tão acionadas quanto o pedal de sustain durante o show.

O som precisa ser equalizado. Nico sussurra “Corações e mentes”, dos Titãs.Essa é a primeira melodia escolhida, a interpretação requer muita suavidade e Nico não está satisfeito com o volume. Teclado e microfone precisam de mais ganho, um ambiente cheio tende a fazer o som se perder.

O artista se ajeita no banco e indica que o refrão de “Maluco Beleza”, de Raul Seixas, será o momento de maior vigor durante o show. Nico abre os braços, como que para levantar vôo, estudando os movimentos. Vale-se de falsete para cantar o refrão: -Eu vou ficar, ficar com certeza, Maluco Beleza. A canção ganha uma harmonia erudita e uma dose de agressividade impensadas pelo compositor baiano. Nico reinventa os acordes e encontra a arma necessária para atingir o coração da platéia: originalidade.

(Segue em outros posts)

sexta-feira, agosto 11, 2006

Questão Karn@l

"Conflito no Líbano: como identificar terroristas se todos os lados
aplicam o terror?"


Morre goleiro reserva do São Paulo

(Foto: www.saopaulofc.net)

O reserva de Rogério Ceni no gol do São Paulo, Weverson, 19 anos, morreu nesta madrugada em um acidente automobilístico na Rodovia Régis Bittencourt.

Natália Lani Sena Manfrim, 19 anos, atleta do Finasa/Osasco, também morreu no impacto.

Outras três pessoas se feriram no acidente, entre eles o goleiro Bruno, que também faz parte do elenco profissional do São Paulo.

O treino da manhã no Centro de Treinamento da Barra Funda foi cancelado. As atividades do clube serão retomadas apenas no período da tarde.

Karn@literatura


(Foto: www.jornalismo.ufsc.br)


"O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da imaturidade."

Nelson Rodrigues

Eu, Jeison Karnal, blogado e virtualizado


Dilemas, dilemas, dilemas virtuais.


Que São Paulo nada. Cool é ser Santo Antônio (vide foto ao lado).

Conhecem Podcast, né? Pois então. Eu vou começar a colocar os arquivos de áudio todos linkados ao karn@l (Blog!) Podcast. Dá para arquivar mais coisas e o acesso é fácil. Combinado?

Tem alguém que poderia colaborar com uns posts aí? Vida de blogueiro é soda. Brincadeira. É uma curtição. Este é um espaço para todo mundo participar sem aquelas baboseiras de suco de rã ou cachorros com duas cabeças que passam na TV.


Comentem os textos e enviem sugestões...


(Cuidado que mando "tocar uns tambor" aí se forem desaforados)

quinta-feira, agosto 10, 2006

Karn@literatura


"Clássico é clássico.
E vice-versa."

Jardel, ex-cabeceador do Grêmio

Nota Karn@l (Blog!)

(Foto: EFE)

Dia de São Pedro e São Sobis

Batia 21h na Unisinos - lá em São Leopoldo - e eu e o colega de jornal Nicolau Júnior já estávamos correndo para entrar no Cuori vermelho dele para voar até Porto Alegre.

As primeiras lágrimas de São Pedro que caíram sobre o pára-brisa do carro - eram um prenúncio. A voz inflamada do Haroldo de Souza da Guaíba deve ter eriçado os pêlos do braço do São Pedro lá em cima. Eles estavam emocionados...

Passávamos por Esteio quando olhamos para o lado e vimos o Trensurb parado por causa do temporal. Imagina perder o jogo! Sorte... Talvez a mesma que garantiria a vitória de 2X1.

Depois, na chegada à Capital, a notícia de que alguns bairros estavam sem luz (O Partenon, inclusive). Mas era alarme falso! Haja coração!

Debaixo de um caldo horroroso foi o Dia de São Pedro, não o de São Paulo, graças a Deus.

O jogo foi nervoso. Nessa história toda, só perdi cinco minutos de partida. E cheguei são e salvo em casa. Ensopado...

São Sobis guardou dois, para emoção de todos os santos do céu... Estamos mais próximos do caneco da Libertadores.

Em 9 de agosto, o Céu, coerentemente, refletia um azul horroroso.



O caso Fawcett e o Novo Jornalismo

Jornalismo e literatura não são pólos opostos.

Pelo menos, é o que mostram os textos de Novo Jornalismo, estilo de redação avesso ao 3Q+COP. O estilo ficou famoso no Brasil entre 50 e 60, com as revistas O Cruzeiro e Realidade. O estilo prima pela narrativa com efeito, abertura criativa e tem a forma semelhante da do conto.

No capítulo “No rastro da Literatura”, do Livro Estilo Magazine, Sergio Vilas Boas adverte que jornalismo é literatura de massa. Embora livre para verter pelo experimentalismo, não pode perder a característica fundamental: informar.

Mas a grande pergunta desse tipo de reportagem – e que é respondida – de maneira geral não está condensada no lide, está salpicada pelas frases. Os repórteres-contistas exploram os detalhes de ambiente e os sentimentos, buscam o interesse humano. Para esses redatores, a “vida” é muito rica e complexa para ser espremida em um “Que, Quem, Quando, Onde, Como e Por quê”.

O texto “A morte de Fawcett”, publicado em 4 de janeiro de 1947, em O Cruzeiro, servirá como fio condutor para discorrer sobre jornalismo literário.


Repórter in loco


O autor da reportagem é Edmar Morel, autor do livro póstumo Histórias de um repórter (Rio de Janeiro, Record, 1999). A abertura da matéria já inicia com um “Em Londres, uma quiromante qualquer olha para uma bola de cristal e vê ‘um velho com longas barbas brancas prisioneiro de uma tribo de canibais... ’”.

Ficaria claro para um periodista de jornal diário que o primeiro parágrafo não responde as perguntas principais. Morel não se preocupa, pois quer um jornalismo de revista, um jornalismo literário. Ele tem como objetivo envolver o leitor e contextualizá-lo, trabalhando muito com a forma, com a textualidade.

A grande pergunta do texto que é “O que aconteceu com o Coronel britânico Fawcett, da Real Geographical Society, que sumiu em 1925 (a reportagem é de 1947) nas selvas brasileiras” só é respondida na página 26, no fim do texto.

Além disso, o repórter participa da trama, é um personagem. A matéria transcende o que ocorreu com o Cel e ainda descobre quais os reais motivos que fizeram Fawcett vir ao Brasil (A expedição que tentaria encontrar a cidade perdida de Atlântida, na verdade queria nosso ouro).

Simplória, poderia ser redigida assim: Desfeito o mistério sobre o caso Fawcett. O Cel Britânico Percy Fawcett, desaparecido desde 1925, foi morto a flechadas por índios Kalapalos, no alto Xingu. Em uma fazenda chamada “Ponte Falsa”, foram encontrados documentos que comprovam que a expedição do oficial não procurava a cidade perdida de Atlântida, mas o ouro brasileiro.

Contudo, o autor fez o leitor da revista saborear junto com ele a epopéia. Morel proporcionou cada mínimo detalhe como a descrição do encontro dele com o chefe Izarari, a quem mostrou as fotos de Fawcett.

O que se revela no final é que o Cel assassinado era um carrasco de nativos e tinha interesses escusos. A narrativa serviu para dar emoção à passagem, sem deixar de ser informativa. Norman Mailer o fez quando narrou a “luta do século” entre Cassius Clay e George Foreman, em 1974.

Capote, também, em seu clássico "A sangue frio".

quarta-feira, agosto 09, 2006

Nota Karn@l (Blog!)


Bastidores da solenidade de 16 anos da morte do Sd Valdecir - Por Jeison Karnal

(Foto: Arquivo 9ºBPM)


Em 9 de agosto, políticos, oficiais e praças estiveram reunidos em frente ao monumento ao Sd Valdecir, nascido em 11 de agosto de 1962 (tragicamente morreu em 8 de agosto de 1990, três dias antes de completar 28 anos).

Em frente ao Ginásio da BM, na Avenida Silva Só, todos lembraram o Sd morto a foice por um sem-terra, em 1990.

Aos primeiros talvez interessasse o apelo heróico do caso. Aos segundos, levarem os terceiros - jovens soldados - a se entregarem a corporação cada vez mais, apesar das dificuldades de estrutura que enfrentam. Um símbolo como esse reforça o espírito de corpo.

Caros colegas, existem, sim, PMs vocacionados e comprometidos. Os que são políticos infelizmente existem aos borbotões.


Depoimento de colegas

Tive contatos com colegas do policial morto. O Cmt da 1ªCia na época, Ten-Cel RR Guacir Bueno recordou o colega de batalhão. “O destacamento do praça para atuar em um ponto como a Esquina democrática deveu-se ao bom comportamento dele.”

O vereador Antônio Dib, por exemplo, lembrou o dia em que passou a noite na frente do monumento ao PM. "Tive de defendê-lo da depredação de integrantes do MST."


No jornal Correio do Povo de 7 de agosto de 1994, a viúva do Sd Valdecir observou que o policial era uma pessoa pacata. “Ela trabalhava com jardinagem, não matava nem uma barata”.


Novas versões

Com a publicação de “A degola” – De como a mídia fabrica e impõe uma imagem (Editora Revan, Rio de Janeiro, 2005, 242 p.), a jornalista gaúcha Débora Franco Lerrer, 37 anos, ex-assessora de comunicação do MST até 1997, sustenta que o principal acusado de cometer o assassinato do PM, Otávio Amaral, estaria sendo atendido no Pronto-Socorro no momento do crime.


De acordo com ela, o objeto usado no homicídio não teria sido uma foice, mas um objeto pontiagudo como uma faca.

Já o responsável pelo inquérito policial militar, Cel Francisco Roberto Oliveira, que prestigiou a homenagem, essa versão é infundada. “Eu passei madrugadas em cima do processo e o objeto usado foi uma foice”, assegurou.

Guerra na praça da Matriz completa 16 anos


Há 16 anos, em 8 de agosto de 1990, 600 colonos vindos do Norte do RS se instalavam na Praça da Matriz, em Porto Alegre, para reivindicar um assentamento prometido pelo então governador Sinval Guazzeli. Eram 6h.

Às 11h30min, integrantes do MST gritavam: “Ocupar, Resistir, Produzir”, exibindo foices, enxadas e facões. Brigadianos cercaram a área e avançaram contra os sem-terra. Durante 30 minutos, tiros e pauladas foram desferidos de parte a parte. A confusão instaurou-se pelo Centro da capital. Um homem foi atingido na perna esquerda e uma mulher, no abdômen.

Na esquina democrática, seis agricultores teriam investido contra o PM da 1ªCia do 9ºBPM, Sd Valdeci de Abreu Lopes, 28 anos, que reagiu com disparos. O policial acabou imobilizado pelos sem-terra e, posteriormente, foi degolado com uma foice.

Depois, os colonos abrigaram-se na Prefeitura Municipal, sob um cerco de 11 horas da BM. Após intensa negociação, os acusados foram levados ao Centro Estadual de Treinamento Desportivo (Cete), no bairro Menino Deus.

Um posterior processo criminal resultou na prisão de seis integrantes do MST, que receberam penas em torno de sete anos.

Nota Karn@l (Blog!)

(Foto: Internet)

Já havia postado textos e vídeos sobre a tragédia japonesa, mas hoje é a data da segunda bomba que caiu em Nagasaki em 9 de agosto de 1945. São 61 anos de reflexos na saúde e na alma dos asiáticos.

Consegui uns depoimentos de
sobreviventes em um site, que falam por si só.

No mais, novamente meus lamentos pela irracionalidade da guerra e os posts anteriores:

Nagasaki vídeo

Nagasaki breve histórico

Hiroshima