KARNALBLOG. Escritório de jornalista é a rua!

sexta-feira, novembro 25, 2005

Concentração de CO2 aponta para superaquecimento global

Maior nível do gás poluente em 650 mil anos suscita debate de cientistas



As concentrações de gás carbônico (CO2) no planeta atingiram os maiores níveis em 650 mil anos, de acordo com um estudo divulgado pela revista Science. Cientistas europeus usarão a descoberta como subsídio na primeira reunião sobre meio ambiente realizada após a ratificação do Protocolo de Kyoto. A tese desafiou os céticos e demonstrou que a hipótese de um superaquecimento global, o Efeito Estufa, impõe cautela aos países industrializados.

Os franceses Jean Jouzel e Valérie Masson-Delmotte, do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), analisaram uma coluna de gelo da Antártida com mais de 2 mil metros e verificaram amostras microscópicas do ar que ficou preso nela ao longo da história.

“Estamos completamente fora do limite hoje”, declarou Thomas Stocker, da Universidade de Berna, Suíça, co-autor do estudo. Nos últimos cem anos, a concentração de gás carbônico na atmosfera terrestre subiu de 260 a 380 partes por milhão, devido principalmente à queima de combustíveis, como carvão, petróleo e derivados.

Durante a 11.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança Climática, no Canadá, cientistas do mundo todo discutirão medidas para amenizar a emissão de CO2 e outros gases pelos países desenvolvidos.

Diplomatas norte-mericanos que participaram de reuniões preparatórias ao encontro afirmam que os Estados Unidos acham “prematuro” abordar o assunto. O país é considerado o maior emissor global da gases-estufa e rejeitou o Protocolo de Kyoto.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Inter pode recuperar liderança do Brasileirão

Colorado obtém liminar que revalida 11 jogos anulados


Fora das linhas do gramado. Um torcedor colorado driblou a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e obteve na Justiça comum uma liminar que revoga a anulação dos 11 jogos apitados pelo ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho. Se a decisão for acatada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o inter voltará ao topo da tabela do Brasileirão com um ponto de vantagem sobre o Corinthians.

A juíza Munira Hanna, da 1ª Vara Cível de Porto Alegre, sustentou que não há provas de manipulação no resultado dos jogos. Para ela, as partidas deveriam ter sido analisadas uma a uma e não tomadas em conjunto como foi feito pelo STJD. Munira levou em conta, ainda, o fato de Edílson Pereira ter sido escalado para apitar os jogos depois de passar pelo crivo da Comissão Nacional de Arbitragem (CNA), instalada pela própria CBF. A juíza deve marcar uma entrevista coletiva para explicar a decisão.

O advogado Marcílio Krieger, especializado em direito esportivo, ressalta que o Internacional não poderá se beneficiar da liminar, pois a ação não foi autorizada pelo clube. krieger considera a decisão sem validade porque os jogos em questão já foram realizados. Existiria, também, um “conflito de jurisdição”, visto que a decisão foi tomada em Porto Alegre e as sedes do STJD e da CBF estão no Rio de Janeiro.

O clube gaúcho, por intermédio do presidente Fernando Carvalho, antecipou-se a possíveis retaliações por parte do time paulista e pediu a intervenção da Fifa no assunto: “O Inter vai respeitar todas as determinações da CBF”, reiterou Carvalho. Leandro Konrad Konflanz, autor da ação, afirmou ter agido por iniciativa própria, sem qualquer ajuda do internacional.

A anulação dos 11 jogos apitados pelo ex-árbitro que confessou ter recebido dinheiro para manipular resultados favoreceu o alvinegro paulista, que pôde repetir os jogos contra São Paulo e Santos e recuperar os 4 pontos perdidos anteriormente. Caso a CBF homologue a decisão da juíza do Rio Grande do Sul, o campeonato mudará de rumo: o inter somará 74 pontos, contra 73 do Corinthians.

O confronto direto entre os dois clubes – dentro de campo – ocorrerá neste domingo, às 16h, no Pacaembu. Inter e Corinthians jogam uma partida decisiva, apontada pela imprensa como a final do Campeonato Brasileiro de 2005. “Estamos focados no Corinthians e queremos ganhar o jogo”, concluiu o presidente colorado em entrevista à Rádio Bandeirantes de Porto Alegre.

Dentro das quatro linhas pode se resolver um embate dos tribunais.

domingo, novembro 13, 2005

EDIÇAO - "Mensalão é folclore", afirma Lula - ZAVARIZE

Para o presidente, ex-ministro José Dirceu será cassado, mesmo sem provas


Em entrevista à TV Cultura, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi categórico: o mensalão não existiu. Lula previu a cassação do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e considerou eleitoreiras as especulações sobre a ligação do PT com a morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. O caixa 2 foi criticado pelo presidente, que impôs condições para concorrer à reeleição em 2006.

Para Lula, o pagamento de mesada a deputados é “folclore”. Ele defendeu a inocência de Dirceu, mas disse acreditar em uma cassação política, apesar da falta de provas.

Afirmou, também, achar estranho que em ano eleitoral especulações como as do envolvimento de seu partido no caso Celso Daniel venham à tona: “Deveriam respeitar a relação do PT (Partido dos Trabalhadores) com o Celso". Lula defendeu a hipótese de crime comum e isentou o PT de qualquer responsabilidade.

Sobre o dinheiro do caixa 2, negou que os recursos tenham sido destinados à campanha presidencial de 2002. O presidente criticou o uso de dinheiro não contabilizado e afirmou que os valores do caixa 2 teriam sido repassados somente aos diretórios municipais do PT. De acordo ele, os recursos da campanha presidencial estariam dentro da lei e teriam sido declarados ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo.

A candidatura de Lula à reeleição dependerá da consciência de que o presidente poderá fazer um mandato melhor do que o primeiro. “As alianças terão de garantir a governabilidade”, avaliou.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Lula afirma: “mensalão é folclore” zavarize

Lula afirma: “mensalão é folclore”
José Dirceu será cassado por motivos políticos

Em entrevista para a TV Cultura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi categórico: o mensalão não existiu. O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, está no alvo do Congresso e será cassado. Além de declarações sobre o caso Celso Daniel, o presidente condenou o uso de dinheiro não contabilizado pelo PT.

Sobre o pagamento de mesada a parlamentares, foi enfático: “Eu tenho certeza que não houve mensalão. Para mim é folclore”.

Perguntado sobre se José Dirceu era um dos traidores, Lula desconversou. Segundo ele, não poderia citar nomes, nem confirmar se o ex-ministro seria cassado, pois isto caberia às comissões. Na opinião dele, Dirceu será cassado, mesmo sem provas. Para Lula, trata-se de uma decisão política do Congresso.

As especulações sobre a ligação do PT com a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, o presidente disse achar normal que em ano eleitoral o casa tenha maior repercussão: “Eu acho que deveriam respeitar a relação do PT com o Celso".

Lula condenou o caixa dois. Declarou que o dinheiro foi destinado pelo PT às campanhas municipais: “Certamente não chegou na minha campanha”, disse. Lula afirmou que os recursos utilizados em 2002 estão com as contas prestadas no TRE de São Paulo.

terça-feira, novembro 08, 2005

Presidente Lula é Sabatinado no Roda Viva

" Tenho certeza que não houve mensalão"


O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem, em Brasília, do programa Roda Viva, da TV Cultura. Por duas horas, na Sala de Audiência do Palácio do Planalto, Lula falou sobre Impeachment, criticou o denuncismo do ex-deputado Roberto Jefferson, negou o envolvimento do PT na morte do prefeito de Santo André Celso Daniel e rechaçou a hipótese de caixa dois na campanha presidencial de 2002. Sobre a economia, afirmou que, nos últimos 3 anos, o país cresceu mais que em 22.

Lula considerou o pedido de Impechment, defendido pelo PFL, sem legitimidade. O presidente rebateu as declarações do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, de que o PT deveria ficar afastado por 30 anos. O presidente disse que o desejo da oposição de controlar a permanência no poder foi demonstrado em 1996, quando foi aprovada a reeleição de FHC.

Perguntado sobre o porquê da saída do governo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, Lula classificou como “denuncismo vazio” os ataques contra o companheiro. Lula afirmou que alguns partidários tiveram comportamento incompatível com o PT, mas não citou nomes: “Me sinto traído porque sei o que passei para criar o PT”. Ainda assim, defendeu o ex-ministro, citando os casos da Escola De Base e de Alceny Guerra, episódios reconhecidos de julgamento precipitado por parte da imprensa.

As denúncias de Jefferson sobre o pagamento de propina a deputados foram consideradas mera “suspeição”. O presidente disse que, dos 513 deputados, só o antigo líder do PTB teria sido cassado. Em seguida, negou que tenha chorado quando do encontro com Jefferson: “Fiquei indignado, mas não chorei”. Lula utilizou a palavra folclore para classificar a existência de mensalão.

As insinuações sobre o envolvimento do PT na morte do prefeito Celso Daniel foram tomadas pelo presidente como jogo eleitoral em que “a vítima se transforma em algoz”. Em defesa do PT, Lula disse que durante o Governo Fernando Henrique chegou a pedir um envolvimento da Polícia Federal no caso, mas que não teria sido ouvido.

Diferente do que havia respondido em entrevista anterior, na França, o presidente condenou o uso do caixa dois e afirmou que a campanha presidencial de 2002 foi financiada dentro da lei: “A prestação de contas de todos os recursos foi feita à justiça eleitoral”, respondeu. Para Lula, a solução contra o caixa dois é o financiamento público de campanha.

A economia externa, de acordo com o presidente, vai muito bem. Lula afirmou ter negociado com o presidente dos EUA, George W. Bush, a redução dos subsídios agrícolas. Disse que o Brasil é hoje o líder na América Latina. Internamente, Lula está confiante que, em 2006, os juros caiam.

Os programas sociais como o Bolsa-Família e o Pró-jovem foram enaltecidos pelo presidente. Sobre a promessa de campanha de criação de 10 milhões de postos de trabalho, convidou os jornalistas do Roda Viva a lerem o programa de campanha que, segundo ele, não fazia uma promessa, mas apontava uma necessidade do país. “Temos 22 anos de estagnação e, nos últimos 3 anos, a economia está crescendo com nunca antes.”

domingo, novembro 06, 2005

Novo Centro é a Proposta de Fogaça

Camelôs terão espaço exclusivo na Praça Ruy Barbosa


Uma reivindicação antiga dos lojistas do Centro de Porto Alegre volta à pauta da Prefeitura, desta vez, captaneada pela administração Fogaça. No último dia 31 de outubro, foram anunciadas no Paço Municipal as diretrizes do projeto Viva o Centro. A iniciativa pretende revitalizar a área central, trazendo mais segurança, qualificando o transporte público e acabando com o comércio irregular.

A exemplo de gestões anteriores, é nesse último item que moram as divergências. A proposta é retirar os camelôs das ruas e alocá-los em um espaço exclusivo, com espaço para 800 comerciantes licenciados, na praça Ruy Barbosa.

Com um custo estimado em R$ 12 milhões, a construção do Centro Popular de Comércio (CPC) obteria recursos da iniciativa privada e não traria ônus para os cofres públicos. Cada comerciante pagaria R$ 300 mensais de aluguel. A obra deve estar concluída em seis meses, após a aprovação do CPC pela Câmara de Vereadores.

“É caro porque 70% dos camelôs não são nem de Porto Alegre. Mas é melhor do que a baderna no Natal, quando as calçadas ficam entupidas de vendedores ilegais, dificultando o acesso a minha loja. Já vi pedestres serem xingados porque pisotearam CD´s. É uma ‘zona’”, desabafa J. L., 54 anos, proprietário de um estabelecimento nos arredores da rua Voluntários da Pátria.

A Secretaria da Justiça e da Segurança do RS, e a prefeitura municipal assinaram um convênio entre a Brigada Militar (BM) e a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) para intensificar a fiscalização de ambulantes no centro, com a cessão de 35 policiais militares, ao custo de R$ 20 mil por mês. A partir desta segunda-feira, dia 7, a BM e 60 fiscais da Smic realizam operações para retirada dos 500 camelôs que atuam de forma ilegal no Centro.

“O aluguel é caro e o lugar vai virar uma montoeira de gente. O dono da banca perderá clientes e eu perderei meu ‘ganha-pão’. Sei de gente, inclusive policiais militares, que sobrealugam as bancas para terceiros, e ‘não dá nada’. A partir de segunda, nossa vida vai ser um inferno. Quem tem ‘costas quentes’ vai ficar numa boa”, declara M. A. S., 37 anos, camelô de uma banca próxima ao Mercado Público.

Atualmente, quase 2 mil comerciantes atuam nas ruas do Centro de Porto Alegre.